Manifesto em defesa dos refugiados

Migrantes na Eslovénia

Manifesto em defesa dos refugiados

– Eu quero –

1. Abro os meus olhos para a realidade

Porque quero estar sensível ao mundo à minha volta. Vejo pessoas a fugir da violência e outros que usam violências para pará-los. Isto perturba-me. Ainda assim, eu vou levantar-me e ajudar sempre e quando vir uma necessidade que posso suprir.

… Eu não sou ingénuo, mas realista. Eu não vou exagerar ou menosprezar qualquer problema.

2. Abro o meu coração

Porque acredito que Deus criou todas as pessoas à sua imagem e semelhança. Seres únicos, cada um com a sua própria história, todos ansiando por uma vida feliz e com propósito. Confiando em Deus, não vou ter medo, mas vou estar disponível para os que estão em aflição, tal como Jesus Cristo esteve.

… O meu coração será controlado não pelo medo, mas pelo amor. Porque o verdadeiro amor afasta o medo.

3. Escolho a mansidão

Porque acredito que os mansos herdarão a terra. Quando as pessoas escolhem palavras duras, rejeição ou até ódio relativamente aos refugiados, quiçá numa situação de descontrolo, eu responderei calma e sensatamente.

… Eu não acredito no ódio. Assim, eu não retribuo violência com violência e não revido quando sou injuriado.

– Eu faço –

4. Oro por aqueles que odeiam

Porque acredito no poder da oração. Mesmo que me depare com pessoas cheias de ódio relativamente ao mundo ocidental, cristãos ou refugiados, orarei para que aprendam a reconhecer Jesus Cristo como a fonte e o destino para as suas vidas. Faço-o porque sei que também vivo cada dia da minha vida pela graça de Deus.

… Procuro não amaldiçoar, mas abençoar. Porque o Reino de Deus não se estabelece através da força ou do poder, mas pelo Espírito de Deus.

5. Promovo a justiça

Porque não é por mérito próprio que vivo num país livre e próspero. Estou consciente que Deus faz brilhar o sol sobre todos. Desta forma, protegerei os direitos dos meus vizinhos deslocados tal como estão assegurados na nossa tradição cristã e na nossa constituição. Procuro promover o tratamento justo e honesto de todas as pessoas no nosso país.

… Eu não acredito na sobrevivência dos mais fortes. Temos de amar o nosso próximo como a nós próprios e levar os fardos uns dos outros. Esta é a visão de Deus quanto à justiça.

6. Ajudo

Porque cada sorriso e cada pequeno gesto podem fazer a diferença para uma pessoa em aflição. Procuro partilhar o que recebi, com gratidão. Estou pronto a sacrificar parte da minha riqueza quando tal contribui para dar alguma esperança a um refugiado.

… Eu não acredito em dependência. Quero dar o que é mais necessário: respeito e esperança para o futuro, seja aqui ou nos seus países de origem.

– Eu fico –

7. Sou paciente

Porque muitos refugiados podem sofrer de traumas devido a violência perdas ou medo. Pedimos, corretamente, que se esforcem para aprender a nossa língua e cultura, e que contribuam para a sociedade. Mas serei paciente com eles sempre que precisarem de mais tempo, espaço e descanso.

… Eu não acredito em exigências pouco razoáveis, mas em misericórdia e carinho.

8. Sou fiel

Porque acredito que é necessário suportarmo-nos uns aos outros em momentos de dificuldade, mesmo quando as diferenças culturais possam causar mal entendidos. Assim, serei fiel na minha caminhada com os refugiados e encorajá-los-ei a aceitar o seu próprio lugar na nossa sociedade.

… Eu não acredito na uniformidade, mas sim numa colorida diversidade que reflete o carácter de Deus.

9. Testemunho

Porque só Jesus Cristo salva e cura o coração e a mente. É o amor de Deus que vou proclamar. O meu testemunho é como uma semente que é plantada, cresce e dá frutos na vida dos refugiados.

… Eu não quero envergonhar-me do Evangelho, embora reconheça que é preciso coragem para o proclamar.

 

Texto original The Manifesto – Stand Up for Refugees (PDF em inglês) pela Gave.
Foto pelo Governo da Eslovénia.