O nosso caminho não é isento de pedregulhos, curvas e contracurvas. Há troços inclusive onde o piso parece ser só de areia movediça. Temos a nítida sensação que estamos a ser engolidos lentamente. Nessas horas de sufoco agarremo-nos à única tábua de salvação sólida: “Deus fiel.”
É Deus quem nos retira das armadilhas em que caímos e nos guinda dos buracos em que nos enfiamos. Só mesmo pela grandeza da Sua compaixão nos livramos da vergonha pessoal e da chacota grupal.
Deus está acima de tudo e de todos. Ninguém há que, por mais que se atreva, se Lhe possa comparar. Medir forças com Ele é um redondo disparate.
Há situações que nos tiram do sério. Não sabendo o que fazer só nos apetece gritar. A impotência é de tal ordem que berrar nos parece a única solução.
A escuridão e as águas agitadas fazem parte da vida. Esses momentos sem chão aumentam-nos a pulsação e destabilizam-nos por dentro.
O nosso senso de justiça é deveras bamboleante. Daí ser ultra necessário pedir uma mãozinha a Deus para nos chamar à isenção.
Pensar alto faz bem ao raciocínio e ajuda a assentar ideias. Melhor mesmo só elevar os pensamentos a Deus.
Tudo, sem tirar nem pôr, pertence a Deus. O mundo tal como o conhecemos é Sua propriedade. Nada está fora da Sua alçada. O que existe na terra tem por trás a Sua marca.
Deus vive comigo. Com Ele divido o dia-a-dia. Guia-me por cada recanto e nada me escasseia. Não me larga um instantinho, sem jamais impor a Sua presença.
Desabafar com Deus é imperioso. Sem filtros. Há que abrir o jogo completamente sobre o que nos vai na alma. Falar-Lhe abertamente da incapacidade sentida para interpretar os momentos extremamente duros que estamos a passar.