Segundo domingo do Advento
5 de dezembro de 2021
Leituras
Gedeão ergueu ali um altar ao Senhor e deu-lhe o nome de «O Senhor é Paz».
– Juizes 6:24a (BPT)
1 Ao diretor do coro. Salmo da coleção de David. Com instrumentos de cordas.
2 Ó Deus, meu defensor, escuta-me, quando te invoco!
Tu, que na angústia me deste alívio,
tem compaixão de mim e ouve a minha oração.
3 Homens, até quando será desprezada a minha glória?
Por que andam à procura do que é falso,
em busca do que não tem sentido?
4 Saibam que o Senhor faz maravilhas
por aquele que lhe é fiel,
e que me escutará, quando o invocar.
5 Tremam de medo e não pequem mais.
Examinem a vossa consciência nos vossos leitos
e fiquem em silêncio e chorem de arrependimento.
6 Ofereçam sacrifícios verdadeiros
e confiem no Senhor.
7 Muitos dizem: «Quem nos dará a felicidade,
já que os teus olhos se afastaram de nós, Senhor?»
8 Tu, porém, dás mais alegria ao meu coração
do que quando eles têm trigo e vinho em abundância.
9 Deito-me em paz e logo adormeço,
porque só tu, Senhor, me fazes viver em segurança.
– Salmos 4 (BPT)
É que um menino nos nasceu,
um filho nos foi dado.
Deus colocou a soberania sobre os seus ombros.
Os seus títulos são:
Conselheiro maravilhoso,
Deus forte, Pai para sempre,
Príncipe da paz.
– Isaías 9:5 (BPT)
Felizes os que promovem a paz, porque Deus lhes chamará seus filhos!
– Mateus 5:9 (BPT)
A paz vos deixo, a minha paz vos dou. Mas não a dou como a dá o mundo. Não se preocupem nem tenham medo.
– João 14:27 (BPT)
Disse-vos isto para que encontrem a paz em mim. Têm muito que sofrer no mundo, mas tenham coragem! Eu venci o mundo!»
– João 16:33 (BPT)
Reflexão
O que te vem à cabeça quando pensas em paz? Já vi muitas frases, vi vídeos e ouvi música sobre paz. A maior parte das imagens têm uma iluminação suave, que produz uma sensação celestial com pontos luminosos desfocados. Às vezes o cenário é na natureza: um riacho tranquilo a correr no meio da floresta ou um campo de flores num vale nas montanhas. Muitas vezes pensamos sobre dormir quando pensamos em paz: um bebé a dormir num berço, uma criancinha bochechuda a embrulhada num cobertor ou um cachorrinho a dormir profundamente numa almofada. Mas, na realidade, será que isso é mesmo paz? É isso que temos como expectativa quando acendermos a vela desta semana? Se for, talvez tenhamos de recuar e repensar o que a Bíblia diz sobre a paz.
Primeiro, e mais importante, a paz não é um conceito, é uma pessoa. No livro dos Juízes, Gideão chamou a Deus: Yahweh Shalom – Deus é paz. A paz faz parte do carácter de Deus e não há paz verdadeira e duradoura sem Deus. O profeta Isaías adicionou mais a este conceito do Deus da paz ao declarar que o Messias seria o Príncipe da Paz – aquilo que o Pai é, o que Ele oferece, é também o que o Filho é e oferece.
Segundo, quando procuramos na Bíblia onde a palavra “paz” é mencionada, ela é mencionada mais frequentemente em tempos de stress, angústia, conflito e guerra. Como é possível ter paz no meio do caos? Conseguimos ter paz no caos, quando reconhecemos que Deus está connosco através do caos. A verdadeira paz não é a ausência de conflitos, problemas, dificuldades ou mesmo guerra. A paz é saber que Deus está próximo e, portanto, os nossos corações e mentes mantêm-se calmos e seguros no meio do caos.
David começava frequentemente os seus Salmos no meio de um ataque – quer físico, quer ao seu carácter. Ele era frequentemente atormentado pelos seus inimigos, tanto dentro como fora de Israel. Ainda assim, no final dos seus Salmos ele está tranquilo e consegue dormir bem porque sabe que Deus está com ele, sempre. Os seus atormentadores não desapareceram, mas o stress e a ansiedade do seu ataque, sim.
Somos chamados não só a viver em paz, mas também a ser pacificadores. Ser um pacificador não é só por fim a uma desordem, a uma luta ou a uma discussão. Os pacificadores procuram a reconciliação e a restauração. Não pode haver paz completa enquanto o amor não for restaurado e o bem-estar de todos não for constante. O mundo tenta transmitir uma paz de segunda classe, de rostos sorridentes, de conflitos evitados, de um silêncio temporário e de sentimentos amistosos. Todas estas coisas sabem bem, mas são temporárias e dependentes das circunstâncias. O que Jesus oferece é uma paz duradoura baseada em quem Ele é e no que Ele fez por nós. A sua paz nunca nos deixará, pois Ele está sempre próximo de nós em todas as circunstâncias. Este mundo pode ter problemas, mas Jesus é maior do que qualquer problema e a sua paz permanecerá connosco.
Ao acendermos hoje a vela da paz, não estamos a concentrar-nos em sentimentos amistosos e momentos sossegados. Estamos a concentrar-nos em Jesus, que nos encontra no caos das nossas vidas e nos dá a garantia e a tranquilidade de que Ele está perto e está a trabalhar na história da redenção das nossas vidas e do mundo. Que o Deus de todo o conforto, Yahweh Shalom, vos traga a paz.
– Connie Main Duarte
A cada domingo do Advento e no Natal vamos refletir sobre a primeira vinda de Jesus e o que isso representa para nós:
Esperança – Paz – Amor – Alegria – Jesus
Estas reflexões estão disponíveis em português e inglês.