o Seu amor dura para sempre 36

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Domingo da Ressurreição

Leitura bíblica
Lucas 24.1-49, Salmo 16.9-11.

Espiritualmente falando, somos todos “olms”.

As “olms” são salamandras que vivem nas profundezas das grutas da Croácia. Como os seus dias são passados na escuridão total, não têm necessidade de ver. Depois de passarem gerações longe da luz, os seus olhos ficaram cobertos por camadas de pele cor-de-rosa, tornando as olms cegas.

Ao lermos o relato do Domingo da Ressurreição, as pessoas mencionadas mudam-se para o fundo. As nossas mentes querem concentrar-se em Jesus, o nosso Salvador ressuscitado. Mas para que a realidade da ressurreição tenha o seu pleno efeito nos nossos corações, precisamos também de considerar aqueles que estavam demasiado cegos para ver que o seu Senhor ressuscitado estava mesmo à sua frente.

Demos uma segunda vista de olhos aos apóstolos. O próprio Jesus tinha-lhes dito que não permaneceria morto (João 2.18-22; Mateus 12.39-40; 16.21). No entanto, quando ouviram pela primeira vez que Ele tinha ressuscitado – tal como Ele prometeu que faria – as palavras das mulheres que lhes tinham dado a notícia “pareciam um disparate… e eles não acreditavam nas mulheres” (Lucas 24.11).

Depois há Cleofas e outro discípulo sem nome, que literalmente caminharam ao lado de Jesus ressuscitado no caminho de Emaús mas “foram impedidos de o reconhecer” (Lucas 24.16). Eles tinham descartado a possibilidade da Sua ressurreição, e até Lhe tinham explicado os acontecimentos da Sua própria morte. Imagino que suspiravam enquanto olhavam para o rosto do seu Redentor ressuscitado e Lhe diziam: “Esperávamos que fosse ele quem estava prestes a redimir Israel” (v.21). Depois de terem terminado de jantar com Jesus, “os seus olhos abriram-se e reconheceram-no”, e depois Ele “desapareceu da sua vista” (v.31). E quando Jesus apareceu novamente a onze dos Seus amigos mais próximos, “ficaram assustados e aterrorizados e pensaram ver um fantasma” (v.37).

Jesus apareceu diante deles no Seu corpo glorificado. Caminhou ao lado deles na estrada, pôs-se no meio deles cara a cara, e, no entanto, eles simplesmente não conseguiam ver a verdade sobre quem Ele era. Esta é uma imagem da nossa verdadeira condição espiritual. Viver com o pecado, geração após geração, tem-nos cegado. Por nós próprios, não reconhecemos a nossa necessidade desesperada da luz do nosso Salvador. A fé tornou-se para nós antinatural.

Contudo, Deus chamou-nos misericordiosamente das trevas e para a Sua maravilhosa luz (1 Pedro 2.9). Ele deu-nos olhos para vermos que a ressurreição não é um conto de fadas, e é mais do que um acontecimento histórico. Deus deu-nos a fé para acreditarmos que este é o momento em que Jesus venceu a morte, para que possamos ser feitos vivos n’Ele.

Jesus é real. Ele ressuscitou. Ele está de regresso. Graças a Deus! Se puderem espreitar o túmulo vazio encontrado nas Escrituras neste tempo de Quaresma, e declarar: “Ele não está aqui. Porque ressuscitou, tal como disse” (Mateus 28.6), louvem Jesus por cumprir as Suas promessas. E depois repitam as palavras do cego a quem foi dada vista: “Uma coisa eu sei: Eu era cego, e agora consigo ver”! (João 9.25).

À medida que se alimenta a esperança que nos foi concedida na manhã da ressurreição, considere de novo as trevas profundas das quais Jesus o salvou, e celebre a verdade incompreensível do que a ressurreição de Cristo realmente significa para nós: fomos refeitos, de salamandras a santos, e trazidos das trevas para a Sua luz eterna.

Devocional O Seu amor dura para sempre