o Seu amor dura para sempre 13

o Seu amor dura para sempre
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O exílio dos 70 anos

Leitura bíblica
Jeremias 25.1-38, 2 Reis 17.13-14, 1 Pedro 4.17-19.

Durante vinte e três anos, Jeremias apelou ao seu povo para que prestasse atenção. Pergunto-me se ele se sentiu impotente ao ver os seus vizinhos em Judá construírem os seus postes de Asherah e curvarem-se às estrelas e Baal. Talvez tenha sentido um nó no estômago sempre que via os ídolos cintilantes, ou acordado de noite a chorar pelas crianças sacrificadas a falsos deuses sedentos de sangue (Jeremias 7.31; 2 Reis 17.7-17).

É a mesma impotência que sentimos quando um ente querido faz uma escolha destrutiva atrás da outra, ou quando vemos a igreja que amamos apanhada de vergonha e escândalo. Um desamparo demasiado humano, sabendo que não importa o quanto suplicamos, choramos, advertimos, ou nos enfurecemos, não podemos forçar ninguém a mudar.

Agora pegue nesse sentimento, nesse desejo, e coloque-o junto ao poço profundo da tristeza e da raiva, nas palavras de Jeremias. Veja-o apenas como um pálido reflexo das profundezas do coração partido de Deus. Esta dura passagem obriga-nos a lutar com questões de sofrimento, julgamento e raiva. Deus está cansado de ver esta nação escolhida desperdiçar a sua herança e amor em ídolos vazios. Em vez de seguir o caminho humilde – vendo a sua terra como um presente e honrando o Doador com as suas vidas – eles começam a imitar os seus vizinhos poderosos. Com um rei e alguma terra e um pouco de poder, parecem esquecer a sua total dependência do Criador, e quando os profetas aparecem para os avisar do perigo, eles ignoram e continuam a viver confortavelmente. Jeremias lamenta: “Não obedecestes, nem sequer prestastes atenção. Ele anunciou: “Persistentemente o Senhor vos tem enviado os seus profetas e, no entanto, têm-se recusado a dar-lhes ouvidos. A sua mensagem foi sempre: “Deixem esse caminho de maldade por onde vão e essas ações más que andam a fazer! Porque só assim poderão continuar a viver aqui nesta terra que o Senhor deu a vocês e aos vossos pais para sempre.” (Jeremias 25.4-5). No final, trouxeram o desastre sobre si próprios (v.7).

Que fazemos com a tensão entre esta mensagem explosiva e a implacável misericórdia de Deus? Porque por todas estas palavras sobre ira e julgamento, sabemos que este caminho quebrado levará um dia a Jesus, Deus em forma humana. Sabemos ainda mais no futuro, o amigo de Jesus, Pedro escreverá mais uma vez sobre o sofrimento, lembrando a uma nova geração que o julgamento e a purificação por vezes têm de “começar pela casa de Deus” (1 Pedro 4.17). E sabemos que ainda hoje é assim, quando o pecado secreto é exposto, quando os líderes são reduzidos, quando nos vemos confrontados com o legado violento das gerações que nos esperam.

É sombrio, mas este sofrimento não é para trazer vergonha. Nesta época da Quaresma, talvez seja útil recordar que o arrependimento começa da forma mais pequena, talvez com estas duas simples palavras: prestar atenção. Preste atenção à sua vida, às suas pequenas escolhas. Será que o empurram para a vida ou para a morte? Será que o mantêm humildemente mais parecido com Jesus, ou ajudam-no a subir mais alto nos sistemas do mundo? Arrependimento significa, literalmente, dar a volta quando nos vemos no caminho da destruição. Que todos nos juntemos ao profeta chorão para nos chamarmos uns aos outros para um caminho melhor, e “continuem a fazer o que é justo, entregando-vos ao Deus criador, digno da nossa confiança.” (1 Pedro 4.19).

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