Leitura bíblica
1 Ó Deus, a tua terra foi ocupada por nações pagãs.
Profanaram o teu santo templo;
reduziram-no a um montão de ruínas.
2 Deram os cadáveres dos teus servos
por alimento às aves e aos animais da terra.
3 O seu sangue correu por Jerusalém, como se fosse água,
e nem sequer houve alguém para os enterrar.
4 Tornámo-nos alvo da zombaria dos nossos vizinhos.5 Até quando, Senhor, ficarás zangado connosco?
Continuará para sempre acesa a tua indignação?
6 Deixa cair a tua cólera sobre as nações pecadoras,
que não te conhecem,
e sobre os povos que não querem invocar o teu nome,
mas não sobre nós.
7 Porque eles destruíram Jacob, o teu povo,
e invadiram as suas moradas.8 Não te lembres dos nossos pecados passados.
Que a tua profunda compaixão venha depressa
ao encontro das nossas necessidades,
pois estamos muito abatidos.
9 Ajuda-nos, ó Deus, nosso Salvador!
Ajuda-nos pela honra do teu nome!
Livra-nos e perdoa os nossos pecados,
por amor do teu nome!
10 Porque hão de dizer os povos estrangeiros:
“Onde está o Deus deles?”Senhor, vinga publicamente o extermínio do teu povo.
Salmo 79 (O Livro)
11 Ouve o suspiro dos presos e dos condenados à morte,
segundo a grandeza do teu poder.
12 Vinga-te sete vezes das nações vizinhas
que te injuriaram e ofenderam, Senhor.
13 E assim nós, o teu povo, as tuas ovelhas,
te louvaremos para sempre, de geração em geração.
Devocional
Até nos faltam as palavras para narrar certos desmoronamentos. Custa imenso legendar episódios devastadores. Encavalitam-se-nos os pensamentos só de trazer à memória os sonhos tornados em ruínas.
Resta-nos virarmo-nos para Deus e dar-Lhe conta de que estamos esfrangalhados por dentro. Por vezes o desalento é de tal ordem que não vislumbramos maneira de sair dele. O sentimento de indignação aumenta sobremaneira quando tudo se deve a actos de maldade descarada.
Não nos entra na cabeça que fiquem impunes injustiças cometidas a céu aberto. Fere-nos a vista e o coração a carnificina geral que grassa pela terra fora. Ficamos paralizados interiormente diante das atrocidades cometidas contra os pequeninos deste mundo e contra tantos companheiros de fé.
Para que não percamos a cabeça, e com ela a razão, há que apelar a Deus para que ponha mão nisto. Não que Ele tenha perdido o controle do que quer que seja, trata-se sim de recorrer ao Único com plena autoridade e capacidade para interromper a desgovernação e a insubordinação humanas.
É que há gente que goza na cara de Deus, brinca com a ausência de consequências e ainda se ri dos que O temem. Imploremos-Lhe que não desista de nós, nem nos vire as costas por força da nossa cíclica desobediência: “Socorre-nos, ó Deus, nosso Salvador; livra-nos e perdoa os nossos pecados, pela Tua glória e o Teu bom Nome!”
Assumamos que “chegámos ao fim das nossas forças”, daí que careçamos que “a Sua misericórdia venha depressa ao nosso encontro.” Suspiremos igualmente pela Sua justiça, sabendo de antemão que será precisamente por nós que começará a ser exercida.
E é exactamente por tudo isto que, apesar das circunstâncias, Lhe confidenciamos: “Nós, que somos Teu povo e ovelhas do Teu rebanho, glorificar-Te-emos para sempre, cantaremos os Teus louvores por todos os séculos!”
– Jónatas Figueiredo
Este devocional é parte de uma série que nos ajuda à reflexão sobre o livro dos Salmos. Um novo devocional todos os dias úteis. Lê ou ouve, faz de cada Salmo a tua canção a Deus.