Leitura bíblica
1 Como o veado anseia pela água,
assim suspiro eu por ti, ó Deus!
2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.
Quando poderei partir e ficar diante dele?
3 As minhas lágrimas correm noite e dia,
porque andam sempre a zombar de mim, perguntando:
“Onde é que anda esse teu Deus?”
4 Tem coragem, ó minha alma!
Lembro-me de quando ia festivamente com a multidão,
em cortejo, à casa de Deus,
cantando com alegria e louvando o Senhor!5 Porque estás abatida, minha alma?
Porque ficas perturbada?
Confia em Deus!
Pois ainda o louvarei pela sua salvação.6 Agora estou abatido e acabrunhado;
porém, recordo a tua bondade para com esta terra,
onde corre o rio Jordão,
e onde se situam os montes Hermon e Mizar.
7 Tens permitido que ondas de tristeza,
como vagas enormes, tenham passado sobre mim,
com a força de uma queda de água.8 Mas o Senhor derramará, durante o dia,
a sua misericórdia sobre mim.
Durante a noite, cantarei para Deus;
farei oração ao Deus da minha vida.9 Pergunto a Deus, que é o meu rochedo:
“Porque me abandonaste?
Porque hei de sofrer tanto,
por causa dos ataques dos meus inimigos?”
10 Os seus insultos ferem-me como uma chaga mortal.
Passam todo o tempo repetindo:
“Onde é que anda esse teu Deus?”11 Porque estás abatida, minha alma?
Salmo 42 (O Livro)
Porque ficas perturbada?
Confia em Deus, pois ainda o louvarei.
Ele é a minha salvação! Ele é o meu Deus!
Devocional
Todos nós sabemos a mossa que a sede faz. A falta de hidratação indispõe-nos, desidrata-nos e desfalece-nos. Assim como do ponto de vista físico salta à vista a importância de ingerir água, é crucial que refresquemos a alma.
E só há Um que o faz na plenitude: Deus. Tal como os animais deambulam em busca de riachos, há que caminhar em Sua direcção e dar-Lhe a saber a nossa secura interior: “Tenho sede de Ti, do Deus da vida!”
Chega de andar a chorar pelos cantos, alimentando-nos de lágrimas. Ao invés de termos pena de nós próprios, digamos-Lhe como ficamos a bater mal sempre que nos questionam sobre o Seu paradeiro na nossa vida. Assumamos que lá no fundinho até nós ficamos com a sensação que Ele Se ausentou. Peçamos-Lhe que nos avive a memória, obrigando-nos a trazer à tona os momentos de intensa comunhão vividos no passado “entre gritos de alegria e gratidão.”
Deixemo-nos de lérias e queixinhas. Chutemos para canto o desânimo e as preocupações, disciplinando-nos a confiar Nele. Ajamos como cantamos: “Ele é o meu Deus e o meu Salvador!” E com isto não sublimemos as dificuldades, fingindo que estamos sempre bem. Cultivemos com Ele uma relação sem máscaras, pelo que estando nas lonas escancaremos-Lhe o íntimo: “Sinto-me tão desanimado, meu Deus!”
Admitamos o enorme respeito que temos pelo Seu poder, mas confessemos igualmente que estamos convictos que nos estenderá o Seu amor para que nos dias escuros tenhamos força para prosseguir. Sim, jamais deixemos de conversar com Aquele que nos dá vida, nem que seja para Lhe expor a nossa instabilidade emocional e espiritual.
Na crise ou fora dela façamos sempre de Deus o nosso rochedo!
– Jónatas Figueiredo
Este devocional é parte de uma série que nos ajuda à reflexão sobre o livro dos Salmos. Um novo devocional todos os dias úteis. Lê ou ouve, faz de cada Salmo a tua canção a Deus.