Leitura bíblica
1 Junto aos rios da Babilónia
sentámos-nos a chorar, pensando em Sião.
2 Nos salgueiros, que por ali havia,
pendurámos as nossas harpas.
3 Os que nos tinham feito prisioneiros
pediam-nos que cantássemos;
tinham-nos destruído e queriam que estivéssemos alegres.
Exigiam-nos: “Vamos, cantem-nos um cântico de Sião!”4 Mas como era possível que cantássemos
se vivíamos exilados?
5 Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
então será melhor que a minha mão direita
deixe de tocar os instrumentos!
6 Que a língua se me pegue ao paladar,
se eu for capaz de me esquecer de ti, Jerusalém,
e se tu não fores toda a minha alegria!7 Lembra-te, Senhor, do que esses edomitas fizeram,
Salmo 137 (O Livro)
no dia em que Jerusalém foi capturada.
“Arrasem-na! Arrasem-na inteiramente!”, gritavam.
8 Ah! Babilónia, como hás de ser destruída!
Felizes os que te fizerem o mesmo que nos fizeste a nós!
9 Felizes aqueles que pegarem nos teus filhos
e os esmagarem nas pedras!
Devocional
Há dias em que nos sentimos literalmente na fossa. E quantas vezes aqueles se transformam em semanas intermináveis.
Por mais que queiramos sair desse buraco não vislumbramos forma de o fazer. Sentamo-nos cabisbaixos, vertendo lágrimas sem parar.
Chega a acontecer de tão secos estarmos que já nem chorar conseguimos. Não apetece sorrir, quanto mais rir.
Nessas circunstâncias é-nos tremendamente difícil falar, pelo que nos soa a alta provocação se certas pessoas que nos oprimem resolvem sugerir que cantemos para as entreter. Tiram-nos do sério e o pior de nós acaba aqui e acolá por vir parar à ponta da língua.
Fica difícil manter o equilíbrio quando nos azucrinam o juízo a maioria do tempo e depois, num ápice e em jeito de gozo, nos apresentam uma lista de discos pedidos sobre a nossa fé.
O nosso coração e a nossa garganta blindam-se e resolvem não permitir que nenhum cântico por nós seja entoado. Não que nos tenhamos esquecido de Deus ou tenhamos apagado da memória as muitas lembranças da Sua família.
Aliás, são precisamente estas deliciosas experiências passadas que nos ajudam a prosseguir nas alturas mais escuras da vida. O que realmente nos bloqueia a alegria é a sensação de aparente impunidade para quem semeia a violência e a maldade.
Aí, no meio do calor da injustiça, até expressões imprecatórias nos parecem legítimas.
Mas agora, enquanto seguidores de Jesus, sabemos que a solução não passa por responder à injustiça na mesma moeda.
Assim, para manter a sanidade integral, há que continuar a desabafar com Deus e a reagir ao mal com o bem.
– Jónatas Figueiredo
Este devocional é parte de uma série que nos ajuda à reflexão sobre o livro dos Salmos. Um novo devocional todos os dias úteis. Lê ou ouve, faz de cada Salmo a tua canção a Deus.