Ele Reina
Leitura bíblica
12 Ao mensageiro da igreja de Pérgamo, escreve: «Assim fala o que tem a espada de dois gumes afiada. 13 Eu sei que habitas onde está o trono de Satanás, mas manténs-te firmemente ligado ao meu nome e não renegaste a fé que tens em mim, mesmo quando Antipas, minha testemunha fiel, foi morto aí onde Satanás habita. 14 Contudo, mesmo assim, tenho certas coisas contra ti. Há aí alguns que defendem a doutrina de Balaão, que dava conselhos a Balac sobre o modo como devia levar os israelitas ao pecado, a comer as carnes sacrificadas aos falsos deuses e a praticar imoralidades. 15 Além disso, há também no meio de vós alguns que seguem as ideias dos nicolaítas. 16 Portanto, arrepende-te! Caso contrário, vou aparecer aí brevemente e castigar esses pecadores com a espada da minha palavra. 17 Quem tem ouvidos para ouvir preste atenção àquilo que o Espírito diz às igrejas. Aos que vencerem darei como prémio o maná escondido. Também lhes darei um seixo branco, no qual está escrito um nome novo, que ninguém conhece, a não ser aquele que o recebe.»
– Apocalipse 2:12-17 (BPT)
Devocional
A igreja em Pérgamo estava em apuros! Estavam a viver debaixo de circunstâncias difíceis. Estavam rodeados por pessoas que não acreditavam da mesma forma que eles e que lhes faziam a vida difícil. Em vez de ficar firme, a igreja em Pérgamo começou a ceder. É fácil tentar acomodar os outros, dar um passo atrás daquilo em que acreditamos, para tentar dar espaço a todos, independentemente do que dizem ou fazem. Certamente um pouco de tolerância, um pouco de simpatia ou indulgência por crenças ou práticas diferentes ou mesmo conflituosas com a nossa própria verdade não vai fazer mal? Ou será que vai? Quando começaram a ser mais tolerantes, a perseguição abrandou. Mas em pouco tempo, era difícil distinguir a cultura e a Igreja. Tinham começado a perder a voz profética.
O grito de batalha da nossa geração é tolerância! Todos nós devíamos “estar bem e aceitar” aquilo em que cada um queira acreditar. Nós não devíamos criticar, desafiar e muito menos discordar. Devíamos “descontrair” e “manter uma mente aberta”. Estranhamente, é exatamente isso que Jesus diz à igreja em Pérgamo para não fazer! Eles tinham ganho algumas vitórias, mas, infelizmente, começaram a tornar-se tolerantes com outras crenças muito contrárias ao que Jesus tinha ensinado. Jesus diz-lhes para virarem as costas a isso e voltarem para a verdade.
Precisamos de ter uma fé generosa, que permita que as pessoas sejam diversas, mas unificadas. Temos de perceber onde podemos ser tolerantes – na forma como nos vestimos, na música que cantamos, em que alturas nos encontramos, que programas fazemos, etc. Mas há outras coisas em que devemos permanecer intolerantes – adicionar ou subtrair de quem Jesus é; negar a sua morte e ressurreição; a nossa salvação apenas através de Jesus, pela graça; ou alterar a nossa compreensão da Verdade e da santidade. Estas coisas são, para nós, fundamentais e não podem ser alteradas, movidas ou arrumadas onde dá jeito. Nem mesmo por uma cultura insistente e exigente.
Precisamos superar o nosso medo da palavra “intolerante”. Precisamos entender que, para amar Jesus, para o servir e ser cidadãos do Seu reino, há coisas em que temos de ser intolerantes. Mas na nossa intolerância à falsa doutrina e à perversidade cultural, nós não somos livres de odiar, de abusar, de gozar ou de matar. Embora não possamos tolerar a compreensão em constante mudança que o mundo tem da realidade, ainda temos de amar o mundo como Deus faz e fazer tudo o que pudermos para os apresentar Àquele que os ama muito mais do que nós alguma vez conseguiríamos.
– Connie Main Duarte
Este devocional é parte de uma série que nos ajuda a navegar os textos do livro de Apocalipse com um olhar fresco. Um novo devocional todos os sábados.
Estes devocionais estão disponíveis em português e inglês.