devocional romanos
leitura bíblica
Não quer dizer que a promessa de Deus tenha falhado. Com efeito, nem todos os descendentes de Israel são o povo de Israel. Nem todos os descendentes de Abraão são seus verdadeiros filhos, pois Deus tinha dito: É de Isaac que surgirá a tua descendência. Quer isto dizer que não são filhos de Deus os que nascem segundo a natureza. Apenas os que nascem conforme a promessa de Deus é que são considerados como seus verdadeiros filhos. Ora as palavras da promessa de Deus eram estas: Daqui por um ano voltarei e Sara terá um filho. E isto não aconteceu só com ela mas também com Rebeca, que teve dois filhos gémeos do nosso antepassado Isaac. Mesmo antes de os filhos terem nascido e terem feito alguma coisa de bem ou de mal — e para que prevalecesse o plano de Deus que opera por livre escolha e não depende das obras mas daquele que faz o chamamento — foi-lhe dito a ela: «o maior servirá o menor.» Como está escrito: Eu amei Jacob e odiei a Esaú. Vamos concluir então que Deus é injusto? De modo nenhum. Ele mesmo disse a Moisés: Serei misericordioso para quem eu entender e terei compaixão de quem eu quiser. Por isso não depende do que as pessoas queiram nem dos seus esforços, mas depende da misericórdia de Deus. Assim fala Deus na Sagrada Escritura ao rei do Egito: Eu é que te fiz rei para mostrar em ti o meu poder e para me dar a conhecer em toda a terra. Por conseguinte Deus tem compaixão de quem quer e faz endurecer o coração de quem ele entende. Poderão dizer-me: «Se é assim, como é que Deus pode encontrar faltas nos homens? Pois quem pode resistir à sua vontade?» Quem és tu, ó homem, para discutir com Deus? Porventura o vaso de barro perguntará a quem o fez: «Por que é que me fizeste assim?» Pois o homem que trabalha com o barro tem o direito de fazer dele o que quiser. Pode fazer louça de luxo e outra para uso vulgar. Que temos nós então a dizer, se Deus quer mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder?! Ele já mostrou muita paciência para com aqueles que mereciam os castigos divinos e deviam ser destruídos. Quis igualmente mostrar a riqueza da sua glória e da sua misericórdia para connosco, humildes vasos que de antemão preparou para a glória. Nós somos os que ele chamou, e não somente de entre os judeus, mas também de outros povos. É o que está escrito no livro de Oseias: Chamarei meu povo àqueles que não são; e minha nação escolhida àquela que o não é . E no lugar onde lhes tinha dito: Vocês não são o meu povo, aí mesmo serão chamados filhos do Deus vivo. Também Isaías diz a respeito de Israel: Ainda que os descendentes de Israel sejam tantos como as areias do mar, só um resto deles será salvo. Pois o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a Terra, de maneira rápida e completa O mesmo Isaías já antes tinha dito: Se o Senhor todo-poderoso não nos tivesse deixado descendência, nós teríamos sido destruídos como Sodoma e Gomorra. Que queremos dizer com isto? Queremos dizer que aqueles que não são judeus nem procuravam a justiça de Deus foram justificados por ele por meio da fé. Ao contrário, os judeus, que procuravam seguir uma lei de justiça, não a conseguiram atingir. E por quê? Porque não foi por meio da fé, mas pelas obras que procuraram obtê-la. Assim tropeçaram na pedra que faz cair, naquela de que fala a Sagrada Escritura : Eu ponho em Sião uma pedra que faz tropeçar e faz cair; mas aquele que crê nela não ficará desiludido.
Romanos 9.6-33 in Bíblia para Todos
devocional
Ser filho de Deus não é um somatório de acções cândidas ou abraçar uma colectânea de ritos e tradições. Mal seria se esse elo tão precioso fosse tecido por se pertencer a determinada linhagem ou reivindicar um suposto estatuto religioso. Há muito boa gente que está longe de Deus sem saber, até porque gosta muito de puxar dos galões da carne. O vínculo com Deus não é um direito adquirido à nascença mas um privilégio recebido aquando do nascimento interior. Ninguém chega a Deus por mérito próprio mas única e exclusivamente à boleia da Sua graça, “pois isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece”. Não faz sentido questionar Aquele que na Sua soberania isento está de pedir licença ou de justificar as Suas escolhas e acções: “Compadecer-me-ei de quem Me compadecer, e terei misericórdia de quem Eu tiver misericórdia”. Certo é que Deus jamais contraria a Sua natureza: Totalmente amoroso e perfeitamente justo. Podemos descansar que todo o coração humano que a Ele se submete, optando por Lhe obedecer, experimentará o Seu perdão e a Sua condução. Sim, Deus proporciona em Jesus uma rocha segura “e todo aquele que crer nela não será confundido”. Bendito Salvador, o chão firme de todos os que crêem pela fé! “Aí serão chamados filhos do Deus vivo”!
– jónatas figueiredo