Voltarás sempre por mim

Voltarás sempre por mim

Longe é para ir
Não será para ficar
Porque ainda que eu quisesse
Algum alguém se importaria

Longe nunca é demais
Para ser alcançado
Entre as ruas estreitas
Sem ar e sem chão

Asas nos carregarão
E nos pousarão no céu
Longe de entender
Para estar perto de ser

Nada do que é fácil decifrar
Indicará porventura onde ir
Sem nítida definição
Brilhará em nós o coração

Longe é para lá do medo
E para lá da casa também
Pelas altas planícies
Sem dor e sem vento

Asas nos carregarão
E nos pousarão no chão
Tão longe que chegue
E tão longe que se pode estar

A medida do caminho
E a medida do ombro à mão
Importa saber que não há longe
Que não possa estar perto
Ora o mundo é redondo

Voltarás sempre para mim

– brunos dos reis