Em sol maior

Em sol maior

Em sol maior,
É sol maior.
A tónica é quem Ele é!
Não é pelo som,
É pelo tom.
Acerca do que está em meu redor,
Do que é o amor.
De tudo o que não se vê.
É sem esforço e sem dom.
É pelo tom.
Em mim menor,
É sol maior.

Em sol maior,
É sol maior.
Apesar da chuva cair em ré!
Não é paixão,
É compaixão.
Sobre as hesitações e a dor,
As grandes vagas de calor.
Limitado como um acto de fé.
É audição e subtração.
É só coração.
Em mim menor,
É sol maior.

Em sol maior,
É sol maior.
São cinco linhas para escrever
Setenta pausas
E sete silêncios.
Acerca do que faço de cor,
E aparentemente indolor.
Para todo o que Nele crê.
É tudo o que é bom
Na ausência do tom.
Em mim menor,
É sol maior.

Em mim menor,
A verdade é em amor.
A breve é longa e porquê?
O tempo na reacção
É reconciliação.
Colcheia é ritmo de tambor.
Vento frio e sem temor.
O sul avesso à minha vez.
Paz sem perdão
É viver sem irmão.
Em sol maior,
O silêncio é amor.

Em sol maior,
A clave é o Senhor.
Pautas sem clave não se podem ler.
A porta abre com a mão
Se há em mim compreensão.
Duas linhas a vapor
É fumo que turva o teu valor.
De que vale a espada erguer?
É esperar pela tradução
Antes de qualquer interpretação.
Em mim menor,
A chave é o Senhor.

Em sol maior,
É doar melhor.
Abrir gruta para te acolher.
Não é o meu som,
É o nosso tom.
Acerca do que habita o meu interior,
Do que é meu Senhor.
Bengalas impressas numa pauta a decorrer
Para amparo de um caminho são
Que segue em Tua direcção.
Em mim menor,
Compreensão maior.

Bruno dos Reis