Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?
Nem a natureza ficou indiferente à crucificação de Jesus. Ainda que alguns dos presentes à época, tal como hoje, não tenham captado a dimensão do ocorrido. Ele ali sentiu na pele o fosso criado pelo pecado humano face ao Pai. Daí o grito lancinante que exprime a separação vivida: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” O abandono que nos esperava recaiu inteiramente sobre Jesus.
Há quem opte por olhar para este momento capital da História e se cinja a dissecá-lo teologicamente, sem se comover com a Sua dor. Péssima escolha é dar lugar à especulação e à curiosidade mórbida, ao invés de exercitar a contrição. É na prática introspetiva que melhor se percebe o alcance da Sua triunfante morte. Ele restabeleceu o caminho para o Pai e deu a conhecer o Seu eterno lado amoroso. Daí que muitos “esmagados” pela Sua maravilhosa graça, além de O seguirem por todo o lado, exclamem que Ele é “realmente o Filho de Deus!”
— Marcos 15.33-41